08 de Setembro
Este ano, o tema do Dia Internacional da Alfabetização -- o gênero e a alfabetização -- salienta o obstáculo que a desigualdade entre os sexos representa para o nosso trabalho em prol da alfabetização para todos.
Neste segundo ano da Década das Nações Unidas para a Alfabetização, mais de 50 mil milhões de mulheres constituem a maior parte dos adultos analfabetos do mundo; por outro lado, a maioria das crianças que não frequentam a escola são moças.
Ao mesmo tempo, estudos sucessivos têm demonstrado que não há melhor instrumento para um desenvolvimento mais eficaz do que a educação das moças e das mulheres.
Não existe medida mais capaz de aumentar a produtividade econômica, de diminuir a mortalidade infantil e materna, de melhorar a nutrição, de promover a saúde – incluindo a prevenção do HIV/AIDS (VIH/SIDA) – e de aumentar as possibilidades das gerações seguintes no domínio da educação.
Para milhões de mulheres, as atividades de alfabetização podem oferecer uma oportunidade rara de aprender um novo vocabulário de possibilidades que lhes abre um novo mundo, mais além da sua existência imediata e da sua família.
O que se diz em relação às famílias também é aplicável às comunidades – e, claro, em última análise, a países inteiros.
Por outras palavras, a alfabetização não é simplesmente um objetivo em si. É um pré-requisito para um mundo saudável, justo e próspero.
É um instrumento crucial do trabalho que visa tornar realidade os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, aprovados por todos os governos do mundo como um plano geral para a construção de um mundo melhor no século XXI.
Além disso, a alfabetização é um direito humano, como afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos que consagra o direito de todos à educação.
É insensato que este direito continue a ser negado a 20% da população adulta do mundo.
Não há tempo a perder, se queremos alcançar o objetivo que mereceu a concordância dos Governos do mundo e consiste em elevar as taxas de alfabetização a nível mundial em 50%, até 2015.
Embora as campanhas de alfabetização tenham conseguido aumentar a alfabetização em todo mundo, uma tarefa enorme permanece por realizar. Isto significa que devemos ir mais além dos esforços do passado e aplicar as lições extraídas dos erros cometidos.
Devemos levar mais longe os métodos que sabemos terem tido mais êxito – os que se baseiam numa ação comunitária que toma em consideração o contexto e as condições locais.
Devemos trabalhar em parcerias, juntando os governos, a sociedade civil, a família das Nações Unidas e outras organizações internacionais.
E também devemos colocar as necessidades das comunidades dos que aprendem -- especialmente as mulheres – no centro dos nossos esforços.
A Década das Nações Unidas para a Alfabetização dá-nos a oportunidade de intensificar o nosso compromisso e de aumentar os nossos investimentos.
Os custos da construção de uma sociedade alfabetizada são relativamente baixos, quando comparados com os custos do fracasso, em termos de prosperidade, saúde, segurança e justiça.
Neste Dia Internacional da Alfabetização, reafirmemos o nosso empenho na missão que é a alfabetização para todos – tanto para as mulheres como para os homens.
Fonte: Rádio das Nações Unidas
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