Translate

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Ideb é índice simplório para medir boa educação

O Ideb é como uma bússola quebrada. Por já dar alguma direção antes inexistente, é como um oásis ilusório no deserto

Iniciamos em texto anterior uma análise da teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner, professor da Universidade de Harvard, que, apesar de vir repercutindo positivamente no mundo em vários pontos isolados, ainda carece de um maior estudo, tanto que não é abordada em muitos cursos brasileiros de Psicologia e Pedagogia, e é superficialmente criticada por alguns autores.
Sob certa ótica, esse é um aspecto que destaca a qualidade da teoria de Gardner, pois, dada a deficiência da educação em termos gerais, dada a ainda pouca sensibilidade e a pouca intuição da maioria dos seres humanos, é natural que muitos não percebam o poder que têm as ideias do pesquisador americano.
Um dos principais objetivos de Gardner é criticar a forma pela qual a inteligência das pessoas passou a ser medida, gerando uma porção de consequências a partir do resultado dos testes, como seleção para estudos e trabalhos daqueles com um número mais alto de Quociente de Inteligência (QI), seguindo a ideia de que aquele tipo de teste permitiria saber quem é mais e quem é menos apto para as mais diversas atividades.
Mesmo antes da criação do teste de QI no início do século XX, já tinham havido diferentes tentativas de medir a inteligência das pessoas e de enumerá-las conforme os critérios estabelecidos. Inicialmente, a percepção geral era da inteligência como um talento transmitido hereditariamente, posição, por exemplo, do estatístico inglês Francis Galton.
Antes de Galton, Franz Joseph Gall já havia criado, por volta de 1800, a teoria de que a inteligência estaria ligada à forma da cabeça, propondo uma nova disciplina: a Frenologia. Ele nomeou 37 faculdades ou poderes da mente, sendo o criador de uma primitiva teoria das inteligências múltiplas.
Hoje pode parecer até boba a teoria de Gall, mas, no início do século XIX, ela atraiu muitos adeptos célebres. Como em diversos outros casos, isso nos ensina que o conhecimento está sempre progredindo e que, fatalmente, muito do que se acha boa ciência hoje será considerado ridículo dentro de 10, 50, 100 ou 200 anos, devendo haver maior abertura das pessoas para o novo, para avançar com mais rapidez, ainda que sem imediatismo. O problema é a vaidade, o orgulho e a arrogância que impedem os experts de aceitarem que eles creem hoje em algo que será tido por bobo, inocente ou ridículo.   
Bem no início do século XX, Alfred Binet, juntamente com Théodore Simon, desenvolveu os primeiros testes de inteligência, objetivando classificar as crianças, identificar deficiências intelectuais e apontar a série escolar devida de cada uma. Gardner lembra que houve um verdadeiro frenesi em torno dos testes de QI, ainda maior do que aquele gerado pela Frenologia no século XIX.
Escolas, universidades, empresas; todos passaram a testar a inteligência das pessoas, algo que transmitia uma segurança numérica sobre quem era mais e quem era menos capacitado. As pessoas adoram a simplicidade dos números e das classificações, que frequentemente tornam superficiais demais a percepção e confundem todo o pensamento sobre algo muito mais complexo. Muitos consideravam os progressos nos testes de inteligência o grande avanço da Psicologia Cognitiva no século XX, e talvez alguns desavisados assim pensem até hoje.
Gardner já demonstrava, no seu livro publicado em 1983, e reforçou bastante isso nos anos posteriores, que há diversas falhas nos testes de inteligência mais conhecidos. É mais ou menos esse papel que estamos procurando desempenhar, desde outros textos publicados neste blog, em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que causou e ainda vem causando frenesi semelhante àquele gerado pelos testes de QI, sendo similarmente falho.  
Aqui chegamos a um dos entroncamentos existentes entre os já estudados Ideb, Pedagogia do Amor e teoria das inteligências múltiplas de Gardner, surgindo algumas dúvidas: 1) Que tipos de inteligência queremos desenvolver nas nossas crianças? 2) Para o que a educação brasileira quer prepará-las? 3) Como o Ideb está ajudando a melhorar a educação do país?
A teoria de Gardner, em conjunto com as abordagens de Goleman e Senge sobre Aprendizagem Socioemocional, ajuda a responder à primeira pergunta. Há diversas inteligências, capacidades ou talentos a serem desenvolvidos, ou diversos aspectos da inteligência, caso assim se prefira, mas a educação prevalecente no Brasil não é capaz de proporcionar isso minimamente.      
A resposta à segunda pergunta deve ser: preparar as nossas crianças para a vida. Isto requer o desenvolvimento dos mais distintos aspectos da inteligência, das múltiplas inteligências apontadas por Gardner, sem o prejuízo de existirem outras, como ele mesmo indica.
O que Gardner fez foi utilizar anos de pesquisa em Harvard para selecionar alguns tipos de inteligência principais, acerca dos quais ele tinha alguma segurança, por notá-los nos mais diferentes estudos, que se debruçaram sobre indivíduos com as mais distintas características, de gênios a deficientes.
Isso não significa que as próprias inteligências destacadas por Gardner e apresentadas no último texto não possam ser subdivididas em mais tipos e que outras características humanas não possam ser elevadas ao grau de um tipo de inteligência. Tudo é relativo e uma classificação em tipos de algo é sempre maleável, dependendo dos pesos que se dê, das perspectivas que se utilize.
Mais especificamente sobre o Ideb, respondendo à terceira pergunta realizada acima, é evidente que ele apenas analisa - e mal, sujeito a distorções e manipulações - dois tipos de inteligência, que são as mais conhecidas, por estarem ligadas à ideia limitada e já ultrapassada de inteligência, calcadas apenas na linguística e na lógico-matemática.
Para um país que, em pleno século XXI, não tinha uma avaliação nacional da evolução da educação de mínima abrangência e capacidade de mostrar algo relevante, o Ideb somente podia causar o frenesi visto no país. No entanto, da parte da administração pública, tal efeito se deve infelizmente muito mais ao uso político do índice do que a uma verdadeira preocupação com a qualidade da educação.
O Ideb é como uma bússola quebrada. Quando não se sabia nem para onde ir e se descobre um instrumento que aponte para um caminho, é como encontrar um oásis no deserto. O frenesi é compreensível, mas não é positivo. 
Ao se mostrar que o instrumento está apontando para o caminho errado, é também compreensível que as pessoas relutem bastante em aceitar esse fato, pois é como retirar o doce da criança ou como provar que aquele oásis no deserto era mera ilusão da mente. Como é natural do ser humano neste estágio de desenvolvimento, mas não é positivo, muitos preferem o comodismo da ilusão do que as novas exigências da realidade. 
Se a Aprendizagem Socioemocional é, como visto, tão ou mais importante do que a aprendizagem acadêmica clássica, focada apenas nas inteligências linguística e lógico-matemática, um teste que não meça adequadamente as inteligências interpessoal e intrapessoal, é paupérrimo. Ele pode apontar que crianças estão muito bem educadas, quando, em verdade, estão apenas preparadas em uma pequena parte dos aspectos da inteligência por conta da necessidade de obter uma boa nota num teste determinado.  
Como se sabe, em muitos municípios os melhores alunos estão sendo selecionados para fazer o Ideb, enquanto os mais fracos recebem atestados. Aqueles que vão fazê-lo são especificamente preparados, sobretudo quando se está próximo da prova, sem falar em casos mais graves informalmente comentados por quem é do meio. 
Deste modo, os resultados no Ideb servem para pouca coisa; servem mais para iludir a população acerca de uma suposta capacidade administrativa dos governantes do que para direcionar uma melhoria real e significativa de algo tão fundamental e atrasado como a educação brasileira. O curioso é que a maioria dos supostos grandes especialistas da educação assistem a tudo atônitos e aceitam o Ideb com o mesmo frenesi que se aceitava e ainda se aceita os testes de QI. 
No texto seguinte, iremos começar a desenhar os contornos para novos testes de avaliação da qualidade da educação brasileira, que sejam mais completos, mais complexos no sentido de entrelaçar os diferentes tipos de inteligência e cujos resultados indiquem melhor onde cada escola precisa avançar.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Dia do Estudante / 11 de Agosto

ORIGEM / No dia 11 de agosto de 1827, D. Pedro I instituiu no Brasil os dois primeiros cursos de ciências jurídicas e sociais do país: um em São Paulo e o outro em Olinda, este último mais tarde transferido para Recife. Até então, todos os interessados em entender melhor o universo das leis tinham de ir a Coimbra, em Portugal, que abrigava a faculdade mais próxima.
Na capital paulista, o curso acabou sendo acolhido pelo Convento São Francisco, um edifício de taipa construído por volta do século XVII. As primeiras turmas formadas continham apenas 40 anos. De lá para cá, nove Presidentes da República e outros inúmeros escritores, poetas e artistas já passaram pela escola do Largo São Francisco, incorporada à USP em 1934.
Cem anos após sua criação dos cursos de direito, Celso Gand Ley propôs que a data fosse escolhida para homenagear todos os estudantes. Foi assim que nasceu o Dia do Estudante, em 1927.

SER ESTUDANTE
Se quiseres ser um verdadeiro estudante
Não aprenda só o superficial,
Pois o difícil pode se tornar barreira vencida.
Para aquele cujo momento chegou agora, nunca é tarde demais!
Aprender o ABC não basta, mas aprenda-o.
Procura na escola o que deseja para tua vida,
Pois ela te recolherá, orientará, dirigirá.
Confia nos teus mestres: eles não te decepcionarão.
Se não tens teto, cobre-te de saber,
De vontade, de garra.
Se tens frio, se tens fome,
Agarra-te ao livro: ele é uma boa arma para lutar.
Se te faltar coragem,
Não tenha vergonha de pedir ajuda.
Certamente haverá alguém para te estender a mão.
Sê leal, fraterno, amigo, forte!
Nunca te deixes ser fraco, desleal, covarde.
Pois tu, jovem estudante,
tens que assumir o comando do teu país.
Respeita para ser respeitado.
Valoriza para ser valorizado.
Espalha amor para seres amado.
Não tenhas medo de fazer perguntas:
toda a resposta terá sentido.
Não te deixes influenciar por pensamentos alheios ou palavras bonitas.
Tenha a tua própria linguagem (aperfeiçoa-te).
Quando te deparares com a injustiça, a impunidade, a corrupção,
a falta de limites, o abuso de poder,
Pensa na existência de tudo o que te cerca.
Busca o teu ideal e lembra: um valor não se impõe, se constrói.
Não faça do teu colega, uma escada para subir.
Isto é imoral e a imoralidade não faz parte da tua lição.
Autora: Marina da Silva

CÓDIGO DE ÉTICA DO ESTUDANTE
I – Faze da tua crença em Deus e nos destinos sobrenaturais do Homem a luz que te guiará no meio da confusão dos desorientados e da corrupção dos costumes.
II – Toma o Brasil que herdaste dos teus maiores e transmite-o engrandecido e mais belo à geração que te suceder.
III – Imita os heróis da tua Pátria, cultua as tradições da tua gente, confia nas imensas possibilidades do teu povo, fala-lhe transmitindo-lhe o fogo do teu ideal; e, falando ou escrevendo, estudando, ou agindo, crê no futuro do Brasil.
IV – Sustenta o principio da Família e honra a teus pais. A Família, primeiro grupo natural, é o próprio fundamento da Pátria e o bom filho será forçosamente bom patriota e saberá um dia constituir o seu lar com dignidade cristã e sentimento de responsabilidade histórica.
V – Sê honesto em tudo o que pensares, disseres ou fizeres. Reflete antes de dares a tua palavra e, se a empenhares, cumpre-a, ainda que isso te custe o maior sacrifício. Evita, pois, prometer o impossível e considera desonroso prometer e não cumprir.
VI – És estudante e deves estudar; és moço e podes divertir-te; lembra-te, entretanto, de que és também brasileiro e deves uma parte do teu tempo aos interesses da tua Pátria.
VII – Honra o diploma que um dia conquistares, mas não o coloques acima do teu saber.
VIII – Não permitas que o profissional elimine o Homem que vive em ti.
IX – Nos exames e concursos, nas empresas que empreenderes e nas funções que desempenhares, se não puderes ser o primeiro, procura aos menos ser um dos primeiros.
X – Jamais coloques as conveniências da tua carreira política, profissional ou social acima da tua trajetória moral e espiritual, em que o vulgo talvez não te perceba, mas em que te elevarás aos olhos de Deus, engrandecendo-te ainda perante a Posterioridade.
XI – Lembra-te sempre de que a verdadeira grandeza está na virtude e não no êxito dos negócios ou da carreira, porque os bens do mundo são inconstantes e podes perdê-los, ao passo que os bens acumulados em ti mesmo à custa de aperfeiçoar-te no saber e na dignidade, nenhuma força conseguirá destruí-los.
XII – Nunca julgues o valor dos homens pelo poder ou pelas honrarias que desfrutam; julga-o, antes, pelo teor do caráter, que se revela na coerência das atitudes, na humilde simplicidade ao colher o lucro da vitória e na calma viril ao sofrer o peso da derrota.
XIII – A altitude de uma montanha só se avalia do alto de outra montanha; eleva-te portanto, moralmente, e so assim poderás ter noção exata da grandeza ou da mesquinhez dos homens do teu tempo.
XIV – Não te impressiones com a riqueza dos ricos e o brilho dos que esplendem em altos postos; impressiona-te, sim, com a sabedoria dos sábios, o heroísmo dos heróis e a santidade dos santos.
XV – Combate todas as normas ditas do direito, originadas pela imposição da força; cultua a verdadeira justiça, que se funda na razão e se inspira nos valores espirituais. Contribuirás, assim, pelo predominio do moral sobre o material, para que reine a verdadeira paz entre as pessoas e as nacionalidades.
XVI – Prefere a minoria esclarecida à maioria inconsciente e cega pelas paixões e interesses transitórios.
XVII – Habitua-te a consultar o mais íntimo da tua consciência , a fim de que te não iludas por alguma voz que te engana falando em lugar dela, nas horas em que te deixas levar pelas paixões ou pelo desejo de desempenhar um bonito papel cortejando a fácil popularidade.
XVIII – Não sejas como os ignaros, que se guiam pelos títulos de jornais escandalosos e dão crédito, sem nenhum exame, ao que está em letra de forma.
XIX – Ensina o povo a raciocinar; é esse o meio de o libertar dos tiranos, dos aventureiros, e mistificadores.
XX – Evita a demagogia balofa, o palavreado sonoro e vazio, a literatura banal, os tropos oratórios sem conteúdo; fala quando tiveres o que dizer e dize-o com sinceridade, porque a força do discurso está na convicção do orador.
XXI – Arranca a juventude da disponibilidade, da inércia, da indiferença que a aviltam faze-te apostolo, dissemina entusiasmo, mobiliza os da tua idade para a obra fascinante da construção nacional.
XXII – Estuda os problemas nacionais, tendo em vista que nâo , existem problemas isolados, pois todos se conjugam e devem ser resolvidos em largo plano de realizações.
XXIII – Entre um lugar no governo e um lugar honroso na História, prefere este, do qual ninguém poderá remover-te nem demitir-te, nem aposentar-te.
XXIV – Sê um homem de pensamento, mas um homem de ação. 0 pensamento para transformar-se em ação precisa, primeiro, transformar-se em sentimento. Idéia que não é sentida é idéia morta. A ação é forma objetiva de idéias vivas, oriundas de realidades e criadoras de novas realidades. Cultiva o ideal, mas sê realista.
XXV – Procura conhecer a fundo a profissão que abraçares; faze dela um instrumento da tua cooperação na obra da felicidade humana e da prosperidade da Pátria.
XXVI – Não abdiques nunca a tua personalidade, para vestir a libré de áulico ou beijar as mãos que distribuem empregos ou bons negócios em troca da alma dos beneficiados.
XXVII – Combate o burguês que está dentro de ti. A burguesia não é uma classe, é um estado de espírito. É o conformismo, o comodismo, o interesse vulgar, o prazer mesquinho, a incapacidade de ideal, a demissão dos deveres, a submissão ao cotidiano, o fatalismo inerme, a indiferença criminosa, o abandono a rotina, o egoísmo cego a ostentação ridícula, a descrença e a incapacidade de ação. Liberta-te desse mal do século; será o primeiro passo para a libertação de tua Pátria e da própria Humanidade, hoje oprimida pelos seus próprios vícios.
XXVIII – Não te consumas em elocubrações estéreis e dúvidas doentias alimentadas por ti mesmo. Entre os negativos e os dubitativos, sê afirmativo.
XXIX – Primeiro, convence-te; depois, convencerás aos outros.
XXX – Não te faças escravo do último livro que leres.
XXXI – Sê brasileiro; não é difícil; basta que sejas o que és e não o que os estrangeiros e os esnobes, os internacionais e os cosmopolitas querem que sejas.
XXXII – Pergunta diariamente à tua consciência: que fiz hoje para enriquecer a minha inteligência, para aprimorar as minhas virtudes, para beneficiar os meus semelhantes, para servir a minha Pátria e para agradar a Deus?
XXXIII – Estuda a História do Brasil, não como um espectador , mas sim como um participante dos acontecimentos por ela revelados; no momento em que a estudas, constituem uma continuidade da narrativa heróica: és a derradeira palavra do Passado e a primeira palavra do
XXXIV – Aprimora-te na arte de bem falar e bem escrever a tua língua; um povo que perde a tradição da palavra, acaba perdendo todas as tradições, porque o idioma vernáculo é o veículo da História e o instrumento intelectual da sustentação da personalidade de uma Pátria.
XXXV – Festeja com alegria a ressurreição de um jovem que estava morto e apodrecia no sepulcro da indiferença, do desânimo, da dúvida, ou da insensibilidade, porque nesse momento o Brasil tornou-se mais forte.
XXXVI – Procura, primeiro, compreender, para depois te fazeres compreendido; se assim não procederes, em vez de atrair, irritas e longe de conquistar um amigo, arranjarás um inimigo.
XXXVII – Sê cavalheiro na palavra que dizes e no tom em que a proferes; isso não impede de sustentares as tuas convicções e terás mais facilidades em transmiti-las.
XXXVIII – Não afirmes em detrimento de outrem senão aquilo que tiveres como certo e, assim mesmo, quando isso for necessário para evitar maior mal. Combate a desgraça nacional da calúnia, da injúria e da maledicência, evitando conversas ociosas a respeito de pessoas. Eleva o nível das tuas conversações e imprime aos teus debates uma impecável linha de elegância.
XXXIX – Confessa o teu erro se te surpreendes errado; não sofismes por vaidade ou mal compreendido amor próprio, a fim de não passares por desonesto ou pouco inteligente.
XL – Se és incapaz de sonhar, nasceste velho; se o teu sonho te impede de agir segundo as realidades, nasceste inútil; se, porém, sabes transformar sonhos em realidades e tocar as realidades que encontras com a luz do teu sonho, então serás grande na tua Pátria e a tua Pátria será grande em ti.

O QUE É SER “ESTUDANTE”?
Será estudante apenas aquele que estuda e porventura tem avidez de conhecimento, de sabedoria?
Querer saber não é atributo da criança e do jovem, como do adulto que jovem continua a ser?
Deste pensar, será estudante quem mantiver o desejo de saber e com o saber o espírito de juventude!
E ser jovem, o que é?
Não é ser idealista e também acreditar em efêmeras ilusões?
E nessas efêmeras ilusões (ficções ou miragens), não estão os “seus amores”, porventura de breve duração, “como as rosas de um dia”, “perfume de sonho que se sonhou”?
Assim pensando, em dada canção dedicada aos estudantes, que o mesmo é dizer, aos jovens que o sejam, está dito:
“Quero ficar sempre estudante
para eternizar a ilusão de um instante…”
A pretender-se guardar no sacrário do nosso ser, esses ideais e sonhos de amor, perdurados pelo tempo fora com espírito jovem – porque o espírito não tendo corpo não envelhece!
Autor: Prof. Dr. Aureliano da Fonseca

Fonte: www.brasilcultura.com.br

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

História da bandeira da cidade do Rio de Janeiro

O passado dos símbolos oficiais de uma cidade, estado ou país sempre remetem a importantes lembranças. A bandeira da cidade do Rio de Janeiro é um desses casos.
A atual bandeira da cidade do Rio de Janeiro passou a ser utilizada em oito de junho de 1908, durante a gestão do prefeito Francisco Marcelino de Sousa Aguiar. A flamula tem o fundo branco com duas listras azuis, postas em diagonal, constituídas de uma banda e uma barra, na forma da cruz de Santo André. No centro desse cruzamento está o Brasão de Armas da cidade, todo em vermelho, à exceção da esfera armilar com as três flechas e o barrete frígio, estes dois em branco.
O azul e o branco simbolizam a origem portuguesa. São as cores tradicionais da Monarquia de Portugal. O vermelho remete ao sangue derramado por São Sebastião, padroeiro da cidade, e por Estácio de Sá, fundador do município.
Esse desenho básico foi pouco modificado até os dias atuais. Somente durante o período do Estado da Guanabara, quando teve pequenas mudanças”, frisa o historiador Maurício Santos.
Cem anos depois da adoção definitiva dessa bandeira, em oito de junho de 2008, na prefeitura de Cesar Maia, através do decreto nº 29.526, foi institucionalizado o dia da Bandeira da Cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com escritor Clóvis Ribeiro, no livro Brasões e Bandeiras do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro teve outras três bandeiras. A primeira, que teria sido utilizada na recepção da chegada da família Real, em 1808, é descrita por Clóvis como: “Seada branca, com franjas e galões de ouro, tendo dentro de um escudo em estilo barroco, bordado a ouro, prata e seda amarela e vermelha, e a imagem de São Sebastião pintada a óleo”. Essa foi usada até 1822.

Primeira bandeira do Rio
Tempos depois, na coroação de D. Pedro Primeiro, uma flamula bem parecida com a bandeira imperial, passou a ser utilizada. Em 1831, a primeira bandeira voltou ao posto, mas sem o uso do elmo no desenho.

Segunda bandeira do Rio
Sempre presente em grandes acontecimentos da nossa cidade, nossa bandeira nos representa.
Felipe Lucena é jornalista, roteirista e escritor. Filho de nordestinos, nasceu e foi criado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Apesar da distância, sempre foi (e pretende continuar sendo) um assíduo frequentador das mais diversas regiões da Cidade Maravilhosa.
História da bandeira da cidade do Rio de Janeiro - Diário do Rio de Janeiro